Ao longo do mês de janeiro a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) vai realizar a campanha do “Janeiro Roxo”, que consta no calendário do Ministério da Saúde e é voltada para a conscientização sobre a hanseníase. A doença é caraterizada pelo aparecimento de nódulos dolorosos em todo o corpo, falta de sensibilidade e força muscular nos pés e mãos além de manchas com alteração da sensibilidade térmica e comprometimento dos nervos periféricos.
“Logo no início de janeiro vamos fazer um ciclo de capacitações, já trabalhando os indicadores da doença junto às Regionais de Saúde e os municípios, onde nós vamos abranger os 13 centros regionais e os 144 municípios, já preparando para um trabalho em que o município protagoniza o combate à hanseníase durante todo o ano de 2024 e não apenas em janeiro. Então nesse momento, será feita essa atividade e posteriormente, vamos incentivar os municípios a trabalhar a sua própria campanha, porque eles são executores e lidam diretamente com a população”, disse Luís Augusto Costa de Oliveira, coordenador do Programa de Controle de Hanseníase da Sespa.
A capacitação dos municípios acontecerá de forma online para que todos tenham oportunidade de participar. O tratamento da hanseníase acontece, primeiramente, na Atenção Primária e por isso é tão importante que as secretarias municipais de saúde estejam envolvidas e trabalhem para a diminuição dos casos.
“Em 2023, no Pará, o número foi de 1.349 casos novos, sendo que 92 deles eram casos de pessoas menores de 15 anos. A situação da hanseníase no Estado, se a gente for fazer uma avaliação da série histórica dos últimos 10 anos, está em declínio. E isso se deve às ações que estão sendo feitas como, por exemplo, as ações de capacitação junto aos 144 municípios do Estado, onde equipes de médicos e enfermeiros da Atenção Primária são capacitados para diagnosticar a doença de forma precoce e assim o tratamento é eficiente, em 6 ou 12 meses”, completou o coordenador.
A transmissão da hanseníase ainda é um fator preocupante já que ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante e sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior e infecta as demais pessoas do ambiente que estejam suscetíveis à doença.
Diagnóstico e tratamento -Casos mais graves são encaminhados para a Unidade de Referência Especializada (URE) Marcello Candia, em Marituba. O médico Carlos Cruz, que atua no local explica que há medidas importantes para reduzir os índices da doença. “É necessário que realizem exame de todos os contatos intradomiciliares do caso novo, mantendo-os em observação por mais 5 anos e isso permite o diagnóstico precoce. Além disso, é necessário realizar a aplicação da vacina BCG em todos os contatos que não apresentarem sintomas da doença, mesmo que já apresentem cicatriz vacinal”, disse.
O diagnóstico é feito por exame físico geral dermatológico e neurológico que identifica se há lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos. Já em crianças, o diagnóstico necessita de uma avaliação mais criteriosa, já que é difícil realizar os exames nesse público.
No dia 28 de janeiro, último domingo do mês, a Sespa vai realizar na Praça da República uma programação voltada a sensibilização da população que estiver no local.
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