O primeiro dia do 10º Encontro Anual da Cúpula Mundial de Segurança do Paciente, Ciência e Tecnologia, apresentado pela Patient Safety Movement Foundation (PSMF), viu as lideranças do mundo todo em segurança do paciente pedirem uma maior urgência na hora de abordar a questão dos danos evitáveis na área da saúde.
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Joe Kiani, founder of the Patient Safety Movement Foundation, speaks at the 10th Annual World Patient Safety, Science & Technology Summit in Newport Beach, California. (Photo: Business Wire)
Comemorando o 10º aniversário da PSMF, o Dr. Michael Ramsay, CEO da PSMF, refletiu sobre o papel que a crescente disponibilidade de dados hospitalares sobre erros médicos poderia desempenhar na redução de danos. “Sou muito otimista de que realmente veremos uma diferença na saúde”, disse ele. “A tecnologia está mudando. Agora podemos obter dados reais. Sabemos quais são os resultados nos hospitais. Somos todos humanos, somos todos um pouco competitivos e reagimos aos dados. Isso vai marcar a diferença.”
Em um discurso de abertura, Don Berwick, MD, MPP, FRCP, ex-administrador dos Centros de Serviços Medicare e Medicaid, apontou que um em cada quatro pacientes hospitalares sofre lesões como resultado de seus cuidados.
“O atendimento médico é muito inseguro”, afirmou Berwick. “É possível eliminar uma grande parcela dos problemas de segurança do paciente. Existem hospitais neste país [EUA] que reduziram certos tipos de infecções a zero e praticamente eliminaram o risco de pneumonia das máquinas de ventilação.”
Berwick sugeriu que os sistemas de saúde podem aprender com muitas das práticas de segurança que a indústria da aviação implementou com sucesso. “Atualmente, você teria que voar continuamente em um voo comercial por mais de 6 mil anos para ter 50% de chance de ser ferido como passageiro”, explicou. “Grosso modo, isso significa que você está mais de 2 milhões de vezes mais seguro em um assento de avião do que em um hospital.”
Jannicke Mellin-Olsen, ex-presidente da Federação Mundial de Sociedades de Anestesiologistas, usou seu discurso de abertura para pedir que mais sistemas de saúde abracem pacientes e familiares daqueles que sofreram danos, a fim de ajudar a promover melhores práticas. “Isso significa ouvir a voz do paciente em todos os níveis do serviço”, comentou.
O primeiro dia da Cúpula também contou com uma palestra de Sir Liam Donaldson, ex-diretor médico do Reino Unido, que discutiu o impacto da Covid-19 na segurança do paciente e como a pandemia ilustrou a falta de resiliência em nossas estruturas de saúde. “Não se pensou muito na segurança do paciente durante o planejamento da pandemia que precedeu a Covid”, disse Donaldson. “As falhas no desenvolvimento de instalações de controle de infecção de classe mundial colocam em risco tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes, mas também houve problema nas transições dos cuidados médicos, que afetaram muito os pacientes idosos e levaramàpropagação do vírus em lares de idosos. Isso deveria ter feito parte do nosso pensamento desde uma perspectiva de segurança do paciente.”
Neelam Dhingra, que lidera a Iniciativa Transformadora da Organização Mundial da Saúde (OMS), enfatizou a necessidade de melhorar a segurança do paciente em países de baixa e média renda. Dhingra apontou como, quando a OMS realizou uma pesquisa em 102 países em 2022, somente 27% havia desenvolvido um plano nacional de ação para a segurança do paciente e apenas 18% havia estabelecido metas nacionais de redução de danos relacionados a medicamentos.
“Nos países de baixa e média renda, ainda estamos muito longe de procedimentos simples quando se trata de segurança do paciente”, destacou Dhingra. “Os estudos desses países são limitados, mas as estimativas que temos sugerem que a cada minuto pelo menos cinco pacientes morrem no hospital. Isso significa que o ônus dos danos na saúde é imensamente subestimado.”
Konrad Reinhart, presidente fundador da Global Sepsis Alliance, destacou a necessidade contínua de melhorar a conscientização pública sobre a sepse e pressionar os hospitais a cumprir as práticas recomendadas. “Dado o número de mortes por sepse no mundo todo, que são maiores do que o câncer, o potencial para reduzir os danos é enorme”, afirmou.
Houve palestras adicionais do campeão mundial de segurança do paciente, Peter Pronovost, junto com Stephanie Mercado, diretora executiva da National Association for Healthcare Quality, e Peter Lachman, que lidera o Programa de Fellowship da PSMF. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, discursou no encontro, em uma mensagem de vídeo pré-gravada.
Os painéis de discussão incluíram contribuições de membros do Conselho de Consultores de Ciência e Tecnologia da Casa Branca (EUA), que apresentaram seu próximo relatório sobre segurança do paciente, bem como uma avaliação de lideranças na área de saúde sobre o potencial da análise preditiva e IA para melhorar a segurança do paciente.
Outros painéis abordaram assuntos que vão desde a necessidade de participação do paciente e da família no atendimento médico até propostas para a formação de um Conselho Nacional de Segurança do Paciente nos EUA. O programa do dia terminou com uma exibição privada do documentário da HBO Bleed Out.
SOBRE A PATIENT SAFETY MOVEMENT FOUNDATION
Em 2012, Joe Kiani fundou a organização sem fins lucrativos Patient Safety Movement Foundation (PSMF) para eliminar os erros médicos evitáveis em hospitais. Sua equipe trabalhou com especialistas em segurança do paciente do mundo inteiro para criar as Práticas acionáveis baseadas em evidências (AEBP), que abordam os principais desafios. As AEBP estão disponíveis on-line gratuitamente para os hospitais. As instituições médicas são incentivadas a assumir um compromisso formal com ZERO mortes evitáveis, enquanto as empresas de tecnologia de saúde são solicitadas a assinar o “Open Data Pledge” para compartilhar seus dados para o desenvolvimento de algoritmos preditivos capazes de identificar erros antes que se tornem fatais. O Encontro Anual da Cúpula Mundial de Segurança do Paciente, Ciência e Tecnologia reúne todas as partes interessadas, incluindo pacientes, profissionais de saúde, empresas de tecnologia médica, empregadores do governo e pagadores privados. A PSMF foi estabelecida com o apoio da Fundação Masimo para Ética, Inovação e Concorrência em Saúde. Para mais informações, acesse psmf.org.
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Contato:Patient Safety Movement Foundation
Irene Mulonni, irene@mulonni.com | (858) 859-7001
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