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Escola Álvares de Azevedo completa 68 anos como referência para deficientes visuais

Coordenada pela Seduc, a unidade tem mais de 170 alunos matriculados, que dispõem de apoio pedagógico no contraturno ao ensino regular

19/04/2023 14h10
Por: Redação Fonte: Secom Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará

O bolo branco com os números 6 e 8 azuis, à esquerda, e grande topos com a palavra “Parabéns”, além de topos com balões azuis, estrelinhas amarelas e lançador de confete no centro, junto com o símbolo da Unidade Educacional Especializada (Uees) José Álvares de Azevedo marcou, nesta quarta-feira (19), a celebração dos 68 anos da escola, referência para deficientes visuais do Pará.

O caráter minucioso do parágrafo acima sobre o bolo de aniversário de 68 anos da instituição quer remeter o leitor à importância das descrições de situações com características físicas, sentimentos, gestos, entre outros, para que o leitor com deficiência visual ou mesmo sem nenhuma visão possa construir uma imagem mental do que está sendo dito.   

Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
No aniversário de mais de seis décadas do "Álvares de Azevedo" não faltaram depoimentos sobre a contribuição do ensino assegurado pela unidade. “A escola é, sem dúvida, um lugar de acolhimento. Minha filha é cega por conta de uma retinopatia da prematuridade e desde um aninho de idade participa das atividades do Álvares de Azevedo. Ela sempre teve muita dificuldade em aceitar a deficiência e o contato com os professores, servidores e outras pessoas com deficiência, além das atividades que desenvolve aqui, fizeram com que ela tivesse uma nova percepção sobre a deficiência. Eu sinto uma tranquilidade em saber que, com a ajuda da unidade, ela está caminhando para ser independente quando eu não estiver mais aqui. É sempre muito emocionante ver o desenvolvimento dela”, conta Alice Brígida, mãe da Ana Paula, de 13 anos.

Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Na "Álvares de Azevedo", Ana Paula tem aula de informática, atividades de vida autônoma e social, dança, atletismo, soroban (instrumento para cálculo) e acompanhamento regular de disciplinas como português, geografia, ciências e matemática. A adolescente contou que tem duas aulas preferidas: a aula de braile e a de orientação e mobilidade.

“Comecei a ler em braille com 6 anos e já escrevi três poemas autorais. Entrei ano passado na orientação e mobilidade, que ensina os deficientes visuais a utilizar a bengala e traz mais independência pra gente. Aqui eu me sinto acolhida. A escola representa muito pra mim”, explica Ana Paula.  

Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Coordenada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a unidade de ensino oferece apoio pedagógico no contraturno ao ensino regular estadual e conta, atualmente, com mais de 170 alunos já matriculados.  O atendimento é feito pelo currículo funcional, que prevê reabilitação educacional em conjunto com o ensino regular.

Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
“A escola tem um papel fundamental no ensino-aprendizado dos alunos. Diferente da escola regular, trabalhamos em período alternativos, com toda a flexibilidade curricular e conteúdo adaptado de acordo com a necessidade deles. Aqui, o aluno vai ter a vivência na prática de tudo o que é tratado no ensino regular com o estímulo também dos outros sentidos deles. Somos referência no atendimento da pessoa com deficiência visual no estado e tem muitos motivos a comemorar. Nos colocamos a disposição da sociedade porque a inclusão não é escolar, é social e devemos levar isso além dos nossos muros”, ressalta Lindalva Carvalho, diretora da Unidade José Álvares de Azevedo, que também realiza formação de servidores em escolas estaduais.

Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
O Murilo Ramos, 10 anos, entrou na escola há um ano e a sua mãe, a autônoma Michelle Pessoa, celebra a evolução da criança. “Estou muito feliz com o desenvolvimento dele, já vemos a maior autonomia, o aprendizado em braile, a maior qualidade de vida que ele apresenta. As atividades oferecidas pela unidade ajudam muito a combater o preconceito da nossa sociedade e nos lembram todos os dias que uma pessoa com deficiência pode chegar a qualquer lugar e a escola é uma base para que isso aconteça. Todos são bem receptivos e preparados, o que faz a diferença”, destaca.

Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
A criança adora as aulas de música e está aprendendo a tocar o instrumento Ukulele. “Eu gosto muito das aulas, essa escola é uma maravilha pra mim. É muito importante porque ela ajuda os deficientes visuais. Estudar aqui era um sonho pra mim e estou realizando isso. Me sinto muito feliz por isso”, afirma.

Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
O aniversário da Uees José Álvares de Azevedo foi, oficialmente, no dia 15 de abril. A escola está com matrículas abertas até esta quinta-feira (20) para pessoas com deficiência visual matriculadas regularmente na rede estadual de ensino do Pará.

Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
A escola fica na avenida Presidente Pernambuco, entre as avenidas Gentil Bitencourt e Conselheiro Furtado, nº 497, no bairro de Batista Campos, em Belém.

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