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'Tempero de Origem' fomenta gastronomia e turismo paraense no São José Liberto

Por Israel Pegado (SETUR)16/04/2023 09h30Uma celebração à gastronomia, à cultura regional e ao turismo gastronômico. Essa é a proposta do festival Tempero de Origem,  que chega a sua 5ª edição hoje (15) e amanhã (16) no Espaço São José Liberto, em Belém.

16/04/2023 09h45
Por: Redação Fonte: Secom Pará
Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur

Uma celebração à gastronomia, à cultura regional e ao turismo gastronômico. Essa é a proposta do festival Tempero de Origem,  que chega a sua 5ª edição hoje (15) e amanhã (16) no Espaço São José Liberto, em Belém. Com reconhecida culinária criativa e diversa que mistura heranças indígenas, africanas e europeias, a gastronomia paraense é um convite à apreciação e promoção do turismo.  

Durante a solenidade de abertura neste sábado, a titular da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), Ursula Vidal, afirmou que o Tempero de Origem se consolida como política pública no calendário cultural e turístico do Pará. "Temos aqui a experiência da nossa identidade Amazônica, não só com inovação,  tecnologia aplicada ao desenvolvimento de novos produtos, mas com histórias de lugares, de gente.  As pessoas hoje viajam para viver essa experiência. Quando se prova um sabor novo, quando se leva um produto para casa, quando descobre de onde ele vem esta vivenciando essa Amazônia. Aqui também é espaço de troca para produtores, compradores, pessoas do trade turístico que querem trazer visitantes para nosso estado. Então aqui também é um espaço de relacionamentos de negócios", pontuou.

Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
Em 2023, o evento começa a itinerância em outros municípios do estado. "Vamos para Marabá no segundo semestre, e também estaremos na FITA. O público recebe bem, já espera o festival e esperamos que os negócios sejam gerados para que cada vez mais potencializemos essa economia da cultura, da arte, do turismo, como vetor de desenvolvimento socioeconômico fundamental para garantir uma Amazônia mais sustentável, mais verde, mais inclusiva e mais potente", sinalizou Ursula.

A coordenadora de mercado da Sedeme (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia), Luciana Ferreira, agradeceu a parceria entre as instituições públicas e parabenizou a realização de mais uma edição do Festival.  “O festival é um espaço muito importante, para dar visibilidade aos produtos de origem,  fomentar o turismo,  a gastronomia, a cultura e à sustentabilidade. Muitos dos produtos em exposição no festival já possuem ou estão no processo de obtenção do reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) e Marcas Coletivas (MC), fundamentais para valorização dos  produtos de origem paraense”, ressaltou Luciana.

Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
"Estamos hoje aqui com 16 empresários da indústria expondo seus negócios que nós investimos, capacitamos,  e hoje eles têm a oportunidade de apresentar seus produtos para o mercado local, isso impulsiona seus negócios faz com que apresentem para clientes finais. Agradecemos essa grande parceria com Governo do estado, que permite que nosso nosso mercado seja impulsionado. Investir nas micro e pequenas empresas é um grande desenvolvimento da economia", avaliou Cássia Costa, diretora administrativa e financeira do Sebrae.

Público diverso- A santarena Laís Lima costuma frequentar o espaço  São José Liberto sempre que vem à Belém. "Aqui tem uma história bem interessante e quando vi que teria a feira resolvi visitar e aproveitar. Estou adorando. É uma forma de aliar turismo a essa gastronomia rica e saborosa", contou.

Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
Mayara Caroline veio pela primeira vez no Tempero de Origem e aprovou. "Experimentei o chocolate de açaí, que é uma delícia, apesar de ser daqui, ainda não tinha degustado. A feira está linda, ambiente agradável, comidas boas e vou ficar para a aula show de culinária", disse.

Produção genuína paraense- Uma das inovações do festival foi transformar uma paixão do paraense o açaí em vinho. "Conseguimos produzir o vinho de açaí com teor alcóolico de 12%, batemos o açaí, depois passa por um processo de decantação e o resultado fica parecido com o vinho do Porto e todos lembram uva, mas não vai uva. Somos únicos com essa produção e hoje o consumidor encontra em supermecados, loja própria e em shoppings", conta Nathan Souza. Para ele, participar do Tempero de Origem é uma vitrine.

"Nós conseguimos fazer negócios e contratos, é uma parceria muito importante, segunda vez que participamos. Trouxemos o vinho seco e suave da safra de 2018 que vai bem com queijo, salame, chocolate. Então convido todos a participar e aproveitar esse espetáculo que está sendo promovido", convidou.

Leila Palheta degustou o vinho de açaí e já garantiu o produto para o almoço da família. "Saindo com duas sacolas, achei super gostoso, vim prestigiar o evento e conheci. Já temos o vinho do almoço do domingo", disse.

Tucumã, inajá, taioba, jambu, folha da maniva são os ingredientes para as massas artesanais como talharim,  espaguete, ravióli e massas recheadas. "A produção das massas nasceu da ideia de fazer essa concretização da agricultura ecológica, alimentação sustentável, com segurança alimentar, para fortalecer essa cadeia produtiva que utiliza materiais genuínos da Amazônia", explica o chef e responsável pelo empreendimento Valfir Ribeiro, que surgiu em Bragança em 2014 e hoje tem sede em Ananindeua. "Começamos a fornecer para o Pará e hoje atendemos os mercados de Brasília, São Paulo e Minas Gerais e estamos estudando como exportar para os países do Mercosul. Ressalto que todos nossos insumos são oriundos de comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas", completa Valfir.

A cooperativa Agromel, com sede em São João de Pirabas, tem 48 famílias associadas para a produção do mel e de toda a cadeia do produto como pólen, própolis e a bebida hidromel. "Nosso mel é considerado um dos melhores do Pará porque as abelhas polenizam na região de mangue, capoeira, igapó, o que torna nosso mel diferenciado, até a cor dele é cor de ouro", disse o representante da cooperativa Osvaldo Ribeiro Filho.  

Desde 2014, uma microempresa de chocolate na Ilha do Combu produz chocolates em barra e refinados. "Nosso diferencial é que o chocolate é de área de várzea com produção própria e selecionada. Hoje conseguimos atender ao mercado regional com a sede na Ilha no Combu e filial em Belém", explicou Izete dos Santos, conhecida como dona Nena.

Expansão do conhecimento- Quem visitou o festival, na manhã deste sábado, pôde conhecer como funcionam as  Indicações Geográficas (IG), Marcas Coletivas (MC) e Cooperativismo, por meio da realização do ciclo de  palestras, promovidas pela Sedeme  em  parceria com entidades que compõem o Fórum de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas do Estado do Pará - Fórum (IGMCPA).  

A primeira palestra, teve como convidado o advogado, mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (Profnit-IFPA), Paulo de Tarso  A. Mello, que trouxe para o debate  o desenvolvimento de marca coletiva para a Comunidade de Mulheres Extrativistas de Óleo de Andiroba da Ilha  do Combu.

Durante a apresentação, ele  destacou a união das mulheres do Combu perante um objetivo comum, garantindo não só o desenvolvimento econômico local, como também do  empreendedorismo feminino aliado  ao saber tradicional, e a sustentabilidade.

Ainda sobre o tema , Mello reforçou  a importância da Marca Coletiva (MC), como forma de identificar e distinguir produtos ou serviços provenientes de membros de uma pessoa jurídica representativa de coletividade (associação, cooperativa, entre outros). O registro é concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial –( INPI), e garante direitos exclusivos de uso, valorizando produtos e/ou serviços.

Cooperativismo como alternativa de desenvolvimento Econômico e social”, foi tema da segunda palestra do dia, que teve como convidado, Diego Ferreira,  Gerente de Desenvolvimento de Cooperativas (Sescoop/PA). Ferreira reforçou que a Sescoop promove a autogestão e difunde a cultura cooperativista, considerando que para cada empreendimento há uma realidade de estratégia que deve ser seguida.

A terceira e última palestra da manhã, tratou sobre “Indicação Geográfica da Ilha do Combu para o produto Chocolate”, ministrada pelo advogado, mestre em propriedade intelectual de Transferência de Tecnologia para Inovação (Profnit/IFPA), Alexandre Ferreira.

Ferreira reforçou que  o registro de Indicação Geográfica é conferido a produtos característicos do seu local de origem, o que lhes atribui valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação a outros produtos com as mesmas características.

Aulas show- O Tempero de Origem pretende valorizar as cadeias produtivas do estado, em especial 4 que são eixo do evento: frutos amazônicos, farinhas, queijos de búfala e chocolate. A chefe Camila Frota trouxe uma receita de família para a aula show: pudim de chocolate branco, com calda de cupuaçu e castanha do Pará. "O intuito era trazer uma receita que pudesse explorar técnicas culinárias mais de forma acessível, e o pudim é essa sobremesa que faz parte dos domingos e dos aniversários das famílias paraenses, então quis unir ingredientes amazônicos a essa receita que é tradicional. Acho interessante trabalhar essa temática aqui no Tempero de Origem com esse apelo regional e estar aqui sendo assistida por essas pessoas que compreendem esses sabores e essas memórias", resumiu a gatrônoma.

Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
Crédito: Marciney Costa - Ascom Setur
O festival continua neste domingo (16),  a partir das 10h, com apresentações artísticas, exposição de produtos de origem e gastronomia paraense.

(Texto: Sâmia Maffra/Ascom Setur)

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