Mesmo com as festas de fim de ano, os casos de covid-19 na cidade do Rio de Janeiro estão em tendência de queda desde o final de novembro e se mantêm em menos de 300 novos casos por dia na média móvel desde o Natal.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o cenário internacional está favorável, apesar do aumento registrado na China nas últimas semanas, com a retirada das medidas restritivas no país asiático impostas desde o início de 2020.
“A gente está vendo o que está acontecendo na China, eles não fizeram a dose de reforço, que é essencial para manter o nível de proteção. É um momento em que as pessoas se encontram mais, é um momento festivo e as pessoas vacinadas e protegidas tem muito menos chance de ser internadas por covid-19 ou ter qualquer tipo de situação mais grave”.
Segundo Soranz, o pico verificado em janeiro deste ano, que chegou a mais de 20 mil casos por dia na cidade, não deve se repetir agora, graças à vacinação, que também evitou que o número de mortes fosse mais alto.
“Hoje a gente tem um cenário epidemiológico muito diferente de todos os outros períodos. No ano de 2022, tivemos três ondas, uma no início do ano com a variante Ômicron e depois outras duas ondas menores [em junho e em novembro]. Neste momento, a gente tem menos de 30 pessoas internadas com covid-19 na cidade e o cenário epidemiológico é muito favorável. Mas isso não significa que podemos relaxar, a vacina protege, a vacina evita casos graves”.
O secretário lembrou que a proteção da vacina cai ao longo do ano. Por isso, segundo o secretário, que participou da equipe de transição do governo federal, há conversas encaminhadas para que a vacina contra a covid-19 entre no calendário anual de imunização, junto com as vacinas contra a gripe.
“A nova ministra, presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, fez parte, junto comigo, do governo de transição, e a nossa expectativa é conseguir, logo no início do ano, vacinar as pessoas com a vacina bivalente e, principalmente, ampliar a faixa de cobertura nas crianças menores de 5 anos que. infelizmente, hoje não temos vacina disponível para elas. A expectativa é vacinar as pessoas que tomaram a quarta dose há mais de 12 meses. Esperamos que a vacina da covid entre para o calendário junto com a vacina da gripe.”
A vacinação contra a covid-19 para crianças pequenas sem comorbidade está em discussão no Ministério da Saúde. Soranz destacou também a importância de os pais levarem seus filhos para completar o calendário básico de vacinação infantil, já que o ano teve coberturas muito baixas contra doenças já erradicadas do país, como poliomielite.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, o Rio de Janeiro não atingiu a meta de vacinação do Programa Nacional de Imunizações para doenças evitáveis como sarampo, caxumba, rubéola, tétano, difteria, coqueluche, meningite C, hepatite A, hepatite B.
O secretário conversou com a imprensa durante a inauguração do Centro Especializado em Infectologia Valda do Borel, dentro da Policlínica Hélio Pellegrino, na Praça da Bandeira, na Tijuca, zona norte da Cidade. A unidade vai oferecer consultas e exames para pacientes de tuberculose, hepatites, HIV e outras especialidades, com capacidade para atender 2.500 pessoas.
O foco principal do centro será o atendimento a pacientes que vivem com HIV. O nome é uma homenagem à ativista do Morro do Borel que atuou, desde a década de 1990, em projetos na comunidade sobre saúde sexual e reprodutiva, com trabalho na área de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST).
O prefeito Eduardo Paes lembrou que a atenção básica à saúde, com as Clínicas da Família, permitiu a inclusão de muitas pessoas no Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, o objetivo é oferecer as especialidades médicas para os casos mais complexos.
“A gente sabe que tem uma quantidade grande de pessoas - 25 mil na cidade - com o vírus da Aids, que é uma doença que hoje você pode tratar e a pessoa vai ter uma vida normal. Mas precisa desse atendimento. Então, aqui é um centro especializado em infectologia, com esse foco voltado para a Aids, com tratamentos para pessoas com Aids, um lugar especializado nisso. Já abrimos o Super Centro Carioca e vamos continuar abrindo centros de especialidade por todas as cidades.”
A prefeitura também lançou o Boletim Epidemiológico HIV/aids no município do Rio de Janeiro, que reúne dados de cinco sistemas de informação e apresenta o panorama da doença na cidade, com informações sobre os casos nas regiões da cidade e nos ciclos de vida, além da estratégias de prevenção.
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