Os ativos de crédito ainda não ocuparam seu devido espaço nas carteiras de investimentos dos fundos de pensão no Brasil, avalia economista Felipe Bernardi Capistrano Diniz.
De acordo com dados do Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, os títulos de dívidas de empresas são mais sensíveis à volatilidade do mercado e apresentam menos liquidez ante os títulos públicos, preferidos no setor por sua estabilidade. No entanto, Felipe Bernardi Diniz alerta que a opção é essencial para que as fundações de previdência complementar equilibrem o casamento de seus passivos e ativos, ou seja, do dinheiro arrecadado e dos compromissos com os participantes, além de garantir a diversificação do portfólio.
“Apesar de terem retornos de longo prazo, os ativos de crédito pagam rendimentos maiores aos investidores, por conta de sua maior exposição ao risco. Porém, esse fator, muitas vezes, não é considerado pelas fundações.”
Um dos principais motivos que aparecem como entrave para que esse tipo de investimento cresça é a forma como os fundos de pensão compram ativos de crédito, aponta estudo da APIMEC. “Quando há uma queda no valor dos papéis, muitas entidades retiram posição dos fundos especializados, quando deveriam aguardar o vencimento dos títulos. Muitas vezes, falta uma visão madura de longo prazo e o entendimento de que a hora de comprar crédito é exatamente quando o mercado está estressado”, completa Diniz.
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