O provérbio africano “É preciso uma aldeia para criar uma criança” demonstra que os pais enfrentam uma infinidade de desafios para fornecer os melhores cuidados para seus filhos, durante o pré-natal, trabalho de parto e parto, bem como o puerpério. O apoio ao aleitamento materno envolve muitos atores em diferentes níveis. As mulheres precisam de apoio dos serviços de saúde, do local de trabalho e da comunidade para amamentar e oferecer a assistência que o bebê precisa. Foi pensando nessa necessidade que a 31ª Semana Mundial de Aleitamento Materno escolheu o tema “Fortalecer a amamentação: educando e apoiando” em 2022. A iniciativa é da Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA, sigla em inglês) e se estende no Brasil por todo o mês. De acordo com a ginecologista e obstetra do Mater Dei Santa Genoveva, Dra. Ana Paula Lino Machado, o fortalecimento da amamentação vem de mudanças culturais e de evidências científicas, mostrando o quanto é importante para mãe e bebê nos aspectos nutricional, imunológico, psicológico e de desenvolvimento afetivo. A rede de apoio tem que facilitar e ajudar esta mãe que, muitas vezes, quer muito amamentar, mas por dificuldades como fissuras, dor, sono, cansaço físico, falta de conhecimento, opiniões diversas (rede de agouro), comentários divergentes, humor deprimido e outros fatores, acaba desistindo. “Ajudar a construir esta rede de apoio é muito importante para a amamentação dar certo e o binômio se fortalecer”, afirma a médica. O foco da Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano está na educação e apoio, para que todos possam intensificar o aleitamento materno. Governos, atores da saúde, atores comunitários e a sociedade em geral precisam defender a normalização da amamentação e criar ambientes favoráveis à prática. A campanha lembra que todos têm um papel a desempenhar na educação e transformação dos sistemas existentes, sustentados por políticas nacionais baseadas em evidências, para criar instalações de saúde amigas da amamentação, comunidades de apoio e locais de trabalho. Os profissionais da saúde, incluindo conselheiros, consultores de lactação, parteiras e médicos, exercem uma função essencial no apoio à amamentação e, para isso, precisam de uma educação consistente e apropriada baseada em evidências científicas. Atores comunitários como empregadores, ambientalistas, parceiros, mídia e jovens desempenham um papel importante no apoio à garantia de direitos e programas nacionais e internacionais para proteger, promover e apoiar o aleitamento materno. Ao trabalhar de forma colaborativa, todos os atores podem preencher as lacunas no apoio à amamentação. Isso é chamado Apoio numa Cadeia de Calor para Amamentação. Conforme material divulgado pela campanha, há uma necessidade urgente de melhorar a educação e aumentar a capacidade de todos os protagonistas que trabalham ao longo da Cadeia de Calor. A educação com transformação dos sistemas existentes ajudará a garantir instalações de saúde amigas da amamentação, comunidades e locais de trabalho de apoio, e restaurará e melhorar as taxas de amamentação, nutrição e saúde, tanto em curto, como em longo prazo. A Dra. Ana Paula lista uma série de profissionais que podem ajudar uma mãe com dificuldades em amamentar. “Depende do tipo de problema apresentado pela mãe, mas, para depressão pós-parto é fundamental contar com apoio psicológico, bebês com prematuridade extrema precisam de cuidados com um pediatra neonatal específico, anquiloglossia, que é o teste da linguinha, pode ser avaliado pela fonoaudióloga e por odontólogos. Muitas cidades contam com bancos de leite que dão todo apoio nesse sentido. Além disso, existem doulas pós-parto, consultoras de amamentação, enfermeiras e fisioterapeutas, que trazem também um suporte adequado para apoiar o sucesso da amamentação". |
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