O 11º Painel do Varejo de Livros no Brasil, realizado pela Nielsen BookScan e divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), mostra que as vendas do setor cresceram 33,03% em volume e 31,14% em valor no acumulado de janeiro a novembro de 2021, em comparação a igual período de 2020. A Bíblia Sagrada continua sendo a obra mais lida, sendo considerada uma categoria à parte e incluída no gênero “Religioso”, com 42% da preferência. Na sequência, aparecem os livros religiosos, contos e romances, cada qual com 22%.
Ainda de acordo com o estudo em questão, crianças e adolescentes concentram as maiores proporções de leitores na população. Na faixa de 5 a 10 anos, 67% são leitores. O topo do índice está na faixa de 11 a 13 anos, com 84%, e 75% entre os jovens de 14 a 17 anos. Contudo, apesar de não ocuparem a maior faixa proporcional de leitores, os jovens de 18 a 29 anos compuseram o quadro que mais cresceu, passando de 63% para 72% no período de um ano de pandemia.
Os dados do painel são coletados diretamente do “caixa” das livrarias, e-commerce e varejistas colaboradores. As informações são recebidas eletronicamente em formato de banco de dados e são processadas on-line e periodicamente atualizadas.
“O estudo representa o otimismo que estamos vivendo no mercado brasileiro e em todo o mundo. Fechamos 2021 com um crescimento em torno de 25% em relação ao ano anterior e esperamos que a curva continue ascendente em 2022”, avalia Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL.
Leônidas Carneiro Junior, autor do livro KADOSH e o Devorador de Crianças, acredita que esses números podem ser reflexo do período da pandemia: “Com o distanciamento social e a redução das opções de lazer fora de casa, é natural que a leitura tenha voltado a fazer parte do interesse de um número maior de jovens jovens”, comenta o escritor.
O autor explica ainda que ao encontrar um gênero que agrada, o leitor passa a conhecer diversas possibilidades através da leitura: “O hábito da leitura pode contribuir com o aprimoramento dos conhecimentos, enriquecimento do vocabulário e estímulo da criatividade. Além disso, as histórias narradas em livros podem despertar a curiosidade e o interesse por causas reais vivenciadas pela sociedade”, comenta.
A expectativa, segundo o autor, é que a população entre 18 e 29 anos, como mostrou a pesquisa, continue fortalecendo a cultura literária no país, movimentando a economia e possibilitando que novas histórias sejam escritas.
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