A pesquisa da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), 2022 Practice Census Results, apontou que o procedimento chamado FUE, um termo em inglês que significa Follicular Unit Extraction (extração de unidades foliculares) foi o mais realizado pela ala masculina (75,4%) para o transplante capilar.
Ele é popularmente chamado de técnica fio a fio ou de transplante capilar sem cicatriz, pois diferente de outras intervenções, com incisões e cortes, as unidades foliculares são retiradas uma por vez da área doadora e implantadas em outra região, deixando cicatrizes praticamente imperceptíveis, o que leva os homens a utilizarem qualquer corte, já que as marcas não aparecem.
Outro dado do estudo é sobre a manipulação. Cada unidade folicular tem, em média, de um a quatro fios de cabelos, em que a remoção ocorre, respectivamente, por meio de uma ponteira motorizada sem sucção (71,4%), portátil (16,5%), robótica (6,4%), e a manual (5,7%).
“Para utilizar o aparelho sem sucção, precisa diminuir o comprimento do fio, e a área doadora pode ser o couro cabeludo, ou os pelos do corpo, chamado de body hair transplant, como a barba ou o tórax. Só então o médico usa a ponteira para fazer as microincisões. Com o auxílio de uma pinça, os fios são extraídos e já podem ser transplantados para essa área receptora. Em até três dias após a intervenção, as microcicatrizes estão fechadas, não sendo necessário qualquer tipo de ponto”, detalha Julio Pierezan, médico pós-graduado em dermatologia e especializado em cirurgia de Transplante Capilar (Buenos Aires/ARG).
A FUE é usada para tratar a alopecia androgenética (a maior causa de calvície masculina) e em outros tipos, como falhas na barba, no bigode e/ou na sobrancelha, como apontou a análise. Em 2021, a maior parte dos procedimentos teve como alvo a área do couro cabeludo para homens (87%) e mulheres (83%). Mas 13% optaram pela técnica em regiões como bigode e barba, apenas 2% em sobrancelhas. Para as mulheres, 17% investiram no método para melhorar exatamente as sobrancelhas. “Tem mais: a FUE pode ser utilizada até mesmo para cobrir cicatrizes, por isso é imprescindível a avaliação com um bom especialista”, explica o expert, que é membro da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC) e da World FUE Institute.
Vale lembrar: conforme ocorre o envelhecimento, 50% dos homens na faixa etária dos 50 anos são afetados pela alopecia. A condição provoca a rarefação capilar e o recuo da testa, provocando baixa autoestima. “Pode acontecer nos mais jovens também. E o processo de miniaturização é evolutivo, vai até o fio se tornar terminal e atrofiar”, conclui Julio Pierezan, idealizador da Clínica Pierezan, em São Paulo.
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