A equipe de Terapia Ocupacional do Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, utiliza a meditação guiada como ferramenta da medicina integrativa, para auxiliar no tratamento de doenças neurológicas complexas, desde 2023. Este ano, a prática se estendeu aos pacientes em tratamento contra o câncer. Os efeitos terapêuticos multidimensionais são comprovados pela ciência, como a redução da ansiedade, dor, estresse, fadiga e dos sintomas pós-quimioterapia - náuseas, vômitos, insônia e inapetência (falta de apetite).
A etimologia da palavra “meditar” vem do latim “meditare”, e significa “estar em seu centro”, “voltar-se para o centro”. É exatamente isso que os terapeutas ocupacionais buscam incentivar nos pacientes, por meio da aplicação do recurso nas enfermarias enquanto estão acamados. As profissionais inserem uma trilha sonora para criar a ambientação necessária e passam as instruções verbais para que os usuários consigam se conectar com o corpo e a mente. Os terapeutas levam a meditação a pacientes acamados
Leveza e emoção- Aos 52 anos, a paciente Maria Helena teve contato com a prática pela primeira vez na última quinta-feira (11), enquanto se recupera de uma cirurgia de histerectomia, necessária ao tratamento do câncer no colo do útero. “Estou internada desde o final da última semana, e estava com muito receio de ter uma crise de enxaqueca no hospital, por isso estava muito preocupada e ansiosa. Mas depois da meditação, senti uma sensação boa, parece que fiquei mais leve; uma sensação de melhora na cabeça, de bem-estar. E também me senti emocionada no final”, contou.
A respiração, a concentração e o autoconhecimento são trabalhados, para que assim como Maria Helena os demais pacientes consigam focar no momento presente, e não pensar no futuro ou no passado. Segundo a coordenadora da Divisão de Terapia Ocupacional, Márcia Nunes, após a sessão é perceptível a emoção no rosto deles, interpretada como o peso do dia a dia, da fragilidade que conseguem colocar para fora.
“A meditação guiada consiste numa técnica de auto-observação da própria respiração, dos pensamentos ou sentimentos, e atua como um recurso de apoio para uma percepção maior do corpo e mente, para ajudar a promover um estado de paz, relaxamento, controle dos distúrbios clínicos e emocionais associados ao câncer, assim como para desenvolver novas habilidades no paciente”, informou Márcia Nunes.
Texto: Ascom/Ophir Loyola
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