A prefeitura do Rio de Janeiro reconheceu hoje (2) que a cidade vive um aumento nos casos de covid-19 nas últimas semanas, mas avaliou que a situação não é grave e que não é o momento de retomar medidas restritivas como a obrigatoriedade do uso de máscaras. O município registrou 5 mil novos casos da doença na semana passada, e, a cada 100 testes em pessoas com sintomas gripais, 20 confirmam a presença do SARS-CoV-2.
O prefeito da cidade, Eduardo Paes, em entrevista coletiva ao lado do secretário municipal de saúde, Rodrigo Prado, e do superintendente de vigilância em saúde, Marcio Garcia, atualizou os dados sobre a epidemia na cidade. Eles reforçaram a recomendação para que pessoas com sintomas gripais usem máscaras e façam testes de covid-19 nos centros municipais de saúde e clínicas da família, e reiteraram que a população deve completar o esquema vacinal, incluindo as doses de reforço que cabem a suas faixas etárias.
"Nós não temos, neste momento, uma situação grave na cidade, e não vamos impor ou criar nenhum tipo de medida restritiva no dia de hoje", disse o prefeito, que pediu que pessoas imunodeprimidas, idosas e com comorbidades usem máscaras. "Estamos ainda no campo das recomendações. A gente espera não ter que em nenhum momento impor nenhuma medida restritiva."
O prefeito também recomendou aos responsáveis deem máscaras para que seus filhos usem nas escolas. "Temos visto em muitas unidades de ensino, não só da rede privada, mas também da rede pública, alguns surtos surgindo".
O secretário municipal de saúde afirmou que a cidade se preparou para o inverno, quando as doenças respiratórias tendem a crescer em número de casos, e a rede municipal dispõe de 1 milhão de testes para o diagnóstico da covid-19.
"Esse aumento de casos já era esperado", disse Prado, que anunciou a abertura de três centros de testagem nas áreas externas do Centro Municipal de Saúde (CMS) Píndaro de Carvalho Rodrigues, na Gávea; no CMS Heitor Beltrão, na Tijuca; e na Clínica de Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão.
A prefeitura reforça, porém, que todas as clínicas da família e centros municipais de saúde podem ser procurados por pessoas com sintomas gripais para a realização de testes de covid-19.
O secretário também afirmou que oficiou o governo do estado e o governo federal solicitando a abertura de mais leitos para pacientes com covid-19. Caso seja necessário, Prado disse que os hospitais municipais também podem abrir mais leitos. No fim da manhã de hoje, havia 69 pessoas internadas com covid-19 na rede pública do Rio de Janeiro, o que inclui hospitais municipais, estaduais e federais.
O superintendente de vigilância, Márcio Garcia, apresentou a maior parte dos dados sobre a doença na cidade, e destacou que, apesar do aumento no número de casos, o mesmo não é observado entre os óbitos. Ele não descarta que a circulação de novos subtipos da variante Ômicron no cenário epidemiológico da cidade possa ter contribuído para a alta recente de casos.
Segundo levantamento apresentado pelo município, a Ômicron BA.4 superou os demais subtipos e estava em todas as amostras sequenciadas nos residentes do município do Rio na última semana epidemiológica verificada. "Na última semana, temos uma dominância do BA.4, e realmente essa grande ocorrência de várias subtipagens da variante Ômicron pode estar colaborando com o aumento de casos, mas o mais importante é que são aumentos de casos de síndrome gripal e não temos um aumento de casos graves e óbitos graças às coberturas vacinais."
A prefeitura programou para o próximo sábado (4) uma campanha de multivacinação para aumentar as coberturas vacinais contra o sarampo, a gripe e a covid-19. Haverá reforço nas unidades de saúde, que vão funcionar de 8h às 17h. A partir deste dia, a vacina da gripe será liberada para toda a população com mais de 6 meses de idade.
Segundo o município, apenas 37% do público-alvo da campanha foi imunizado contra a gripe neste ano. A recomendação das autoridades é que pessoas do grupo prioritário busquem a vacina, que deve ser aplicada preferencialmente antes do inverno.
Fazem parte dos grupos prioritários da gripe idosos, gestantes, puérperas, crianças de 6 meses a 5 anos, quilombolas e comunidades indígenas, trabalhadores da educação, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores do transporte rodoviário de passageiros, trabalhadores portuários, forças de segurança e salvamento, forças armadas, funcionários do sistema prisional, pessoas em privação de liberdade e pessoas com comorbidades descritas no Plano Nacional de Imunização.
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