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Andrologia: medicina sexual masculina ganha espaço no Brasil

Subespecialidade da urologia trata problemas funcionais e estéticos relacionados à sexualidade do homem

20/03/2023 12h00
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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Considerada por muito tempo um tabu, a saúde sexual do homem ainda é pouco discutida, mas vem ganhando destaque nos últimos anos. Isso se dá porque, apesar de não serem abordadas com muita frequência nas discussões cotidianas, as disfunções sexuais masculinas são muito comuns: cerca de metade dos homens com mais de 40 anos, por exemplo, sofre com algum grau de disfunção erétil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia. A busca por ajuda médica nesses casos tem se tornado mais frequente, mas parte dos pacientes ainda sequer sabe qual profissional procurar.

É nesse cenário que ganha espaço a andrologia, uma subespecialidade da urologia que se dedica aos aspectos da saúde masculina relacionados à sexualidade, oferecendo diagnóstico e tratamento para uma ampla variedade de distúrbios sexuais, como problemas anatômicos genitais, distúrbios no desenvolvimento de características sexuais secundárias, disfunções ejaculatórias, problemas de ereção, falta de libido e problemas hormonais.

O andrologista e urologista Dr. Gustavo Ramalho conta que os pacientes costumam chegar ao consultório apresentando diversas queixas. Segundo ele, uma das mais comuns é a disfunção erétil, que pode se manifestar como dificuldade em iniciar uma ereção, dificuldade em manter uma ereção durante a relação sexual ou masturbação, além da perda das ereções matinais.

A diminuição da libido é outra queixa frequente e pode estar relacionada a distúrbios hormonais, além de fatores externos que afetam o desejo sexual. Por fim, a ejaculação precoce também é uma queixa comum entre os pacientes. O médico ressalta, ainda, que existem diversos outros problemas sexuais que os homens podem apresentar, sendo que cada caso deve ser avaliado individualmente pelo andrologista, a fim de se obter um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.

Disfunção erétil pode ser tratada e até curada

Dr. Gustavo Ramalho explica que o tratamento da disfunção erétil pode ser classificado como paliativo ou curativo. Os tratamentos paliativos incluem medicamentos orais, que são bem conhecidos pelos pacientes, e substâncias injetáveis, que são aplicadas antes das relações sexuais. Já os tratamentos curativos incluem sessões de ondas de choque de baixa intensidade, principalmente para casos leves. Outro tratamento que é considerado uma solução definitiva para a disfunção erétil é o implante de prótese peniana. Existem duas opções: próteses semi-rígidas e próteses infláveis.

“Alguns pacientes desejam tratar o problema de uma vez por todas e optam pelo implante de prótese peniana, em vez de medicamentos e injeções”, destaca o médico. “Quando as expectativas são bem alinhadas, o índice de satisfação com a prótese gira em torno de 98% a 99%”. O especialista ressalta, contudo, que o sucesso do procedimento está diretamente relacionado com a experiência da equipe cirúrgica.

Para analisar as possibilidades de tratamento da disfunção erétil, segundo o andrologista, é indicada a realização de uma ultrassonografia Doppler do pênis, com ereção induzida de maneira farmacológica. O exame é importante especialmente para os pacientes que não respondem aos medicamentos orais ou que apresentam muitos efeitos colaterais mesmo com doses baixas desses medicamentos. Além disso, a ultrassonografia também é indicada para o planejamento cirúrgico de pacientes que necessitam de implantes de prótese peniana ou reconstrução peniana por doença genital. A finalidade principal do exame é documentar a anatomia do pênis, além de analisar a hemodinâmica órgão, ou seja: verificar o quanto as artérias conseguem injetar de sangue dentro dos corpos cavernosos e avaliar se há algum problema circulatório responsável pela ereção fraca.

O andrologista e urologista explica, ainda, que a ultrassonografia do pênis com ereção induzida pode dar pistas importantes sobre o prognóstico do tratamento. “Se o paciente apresenta uma ereção forte durante o exame com doses baixas de medicação, o prognóstico é melhor e o caso pode ser considerado mais leve. Por outro lado, se o paciente exige doses muito elevadas de medicamentos fortes para obter uma ereção, o prognóstico é um pouco pior e a disfunção erétil é considerada mais grave”, diz ele.

Estética genital masculina também está em alta

Ainda segundo o Dr. Gustavo Ramalho, a estética genital masculina é uma das principais razões pelas quais os pacientes procuram a ajuda de um andrologista. Os problemas mais relatados são o comprimento e a grossura da haste peniana. Para lidar com essas questões, de acordo com o médico, existem tanto tratamentos clínicos quanto cirúrgicos.

Os tratamentos clínicos para alongar o pênis incluem o uso de extensores penianos e bombas de vácuo penianas, que podem ajudar a melhorar a aparência do órgão genital. Já os tratamentos cirúrgicos incluem a escrotoplastia, uma cirurgia plástica que remove o excesso de pele entre a haste peniana e a bolsa testicular para criar a impressão de um pênis mais longo.

O especialista conta que o foco principal dos pacientes, no entanto, está no engrossamento peniano, que pode ser obtido por meio da aplicação de ácido hialurônico. “Esse procedimento pode adicionar alguns centímetros de grossura ao pênis, e é uma das soluções mais eficazes para melhorar a estética genital masculina”, afirma.

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