A Faculdade de Ciências Médicas do Pará (Facimpa) abriu processo administrativo interno e decidiu afastar, preventivamente, os alunos André Rodrigues Ataíde e Isabelle Valentine Bravim Machado de Paula, ambos investigados pela Operação Passe Livre, conduzida pela Polícia Federal. Segundo a instituição de ensino, o processo segue em andamento e, havendo desdobramentos, novas medidas poderão ser tomadas.
“A instituição garante a condução rigorosa e imparcial da apuração, assegurando os direitos de todas as partes envolvidas. A Faculdade reafirma seu compromisso inabalável com a ética, transparência e integridade, princípios que norteiam suas atividades acadêmicas e administrativas”, finaliza a nota enviada com exclusividade ao PORTAL CORREIO DE CARAJÁS na tarde desta quarta-feira (23).
A Facimpa não mencionou qual será a medida tomada para os outros alunos que estão na lista da Polícia Federal e do Ministério Público Estadual como ‘contratantes’ do esquema para ingressar na faculdade.
A Polícia Federal deixou claro que as faculdades, entre elas a Facimpa, são vítimas do esquema criminoso, e não são investigadas. Todavia, criticou a forma de seleção dos alunos para ingresso nas instituições de ensino.
A quarta fase da Operação Passe Livre, que teve o objetivo de desarticular o esquema criminoso responsável por fraudar vestibulares para ingressar no curso de Medicina de faculdades particulares, mostrou que o grupo, com pelo menos 30 integrantes, resolvia a prova para os candidatos pelo valor de R$ 2 mil, tendo André Ataíde como mentor.
Segundo investigadores da PF, a fraude consistia em burlar o sistema de segurança das provas de vestibulares on-line de várias faculdades de medicina, permitindo, por exemplo, que terceiros tivessem acesso às questões das provas.
Foram identificadas situações em que o grupo chegou a fraudar provas para nove candidatos simultaneamente, utilizando-se de vários associados para resolver as questões do teste.
A PF atestou, até o momento, que ao menos 63 pessoas teriam sido beneficiadas – ou que se formaram em medicina – com a fraude.
A investigação, que teve autorização do Ministério da Justiça, constatou que os valores pagos pela realização das fraudes eram divididos entre os responsáveis por resolver as questões das provas.
Se confirmada a hipótese criminal, os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, além de outros que possam ser identificados ao longo da investigação.
O caso é investigado, paralelamente pelo Ministério Público Estadual, sob a chancela do promotor de Justiça Samuel Furtado Sobral, que pediu busca e apreensão de celulares e outras mídias dos suspeitos.
Veja a lista com o nome dos 30 investigados e possíveis contratantes do esquema:
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