Renata Silva, de 36 anos, moradora de Marabá, sudeste paraense, foi encaminhada ao Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP) para realizar um exame de ressonância magnética. Enquanto esperava o procedimento nesta quinta-feira, 10, ela participou de uma ação do projeto "Saúde em Foco", que ofereceu orientações sobre a prevenção da obesidade para pacientes e familiares.
"A ação educativa me fez perceber a importância de uma alimentação equilibrada e de cultivar hábitos saudáveis. Aprendi que prevenir a obesidade vai além da estética; trata-se de cuidar da minha saúde a longo prazo. Vou iniciar mudanças na minha dieta e no meu estilo de vida", destacou Renata.
A iniciativa, promovida pelo serviço de humanização da unidade do Governo do Pará, foi realizada em alusão ao Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, celebrado em 11 de outubro. A data busca alertar sobre os riscos associados à doença e também conscientizar a população sobre a importância de cuidar do corpo como forma de prevenção.
A moradora de Itupiranga, Débora Sousa, de 29 anos, referenciada para realizar exame ortopédico na instituição, destacou a importância da luta contra a obesidade. "Eu não tinha consciência dos perigos da obesidade e como isso pode afetar a nossa saúde. A palestra foi esclarecedora e agora sei que devo me preocupar com meu peso e com a prática de exercícios", afirmou.
Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Estima-se que até 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso, e 700 milhões em situação de obesidade.
Sensibilização -A ação realizada no Hospital, sob gestão do Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), contou com a participação do nutricionista Kaique Silva, que abordou diversos aspectos relacionados à obesidade, suas causas, consequências e formas de prevenção.
"Consideramos obesidade quando o Índice de Massa Corporal (IMC) atinge ou ultrapassa 30. Para calcular, basta dividir o peso (em quilos) pela altura (em metros) elevada ao quadrado. Esse índice é fundamental para avaliar se o peso está adequado em relação à altura, sendo crucial na identificação de sobrepeso e obesidade", explicou Kaique na ação.
O profissional ainda destacou que a obesidade não é apenas uma questão estética, mas um problema de saúde grave, com potencial para desencadear doenças sérias. "Condições como hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, além de problemas respiratórios, como apneia do sono, podem ser consequências diretas da obesidade. O excesso de peso também pode causar dores crônicas nas articulações e perda de mobilidade", destacou o nutricionista da unidade.
Além de fatores genéticos, Kaique também salientou que a obesidade é frequentemente resultado de uma combinação de maus hábitos alimentares, sedentarismo e questões emocionais, como estresse e ansiedade. "O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e gorduras, aliado à falta de atividades físicas regulares, favorece o ganho de peso. A rotina acelerada e o acesso limitado a opções mais saudáveis também são fatores que contribuem para o aumento dos casos de obesidade", concluiu.
Confira cinco dicas do nutricionista da unidade para prevenir a obesidade:
- Faça refeições equilibradas: Inclua alimentos variados e ricos em nutrientes, como frutas, legumes e proteínas magras;
- Pratique exercícios regularmente: Manter uma rotina de atividades físicas, como caminhadas ou exercícios em casa, ajuda a controlar o peso;
- Beba bastante água: A hidratação adequada é essencial para o bom funcionamento do corpo e o controle do apetite;
- Evite o consumo excessivo de bebidas açucaradas: Prefira sucos naturais e reduza o consumo de refrigerantes;
- Durma bem: Uma boa qualidade de sono é importante para o equilíbrio hormonal e a manutenção de um peso saudável.
Perfil -Os serviços no Hospital Regional do Sudeste do Pará são 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade é referência, conta com 135 leitos, sendo 97 de internação clínica, e 38 Unidades de Terapia Intensiva (UTI) - Adulto, Pediátrica e Neonatal.
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