Gestores da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi) se reuniram, nesta terça-feira (17), com lideranças indígenas das oito etno-regiões do Pará, além de representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa), Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) e Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), no Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), para a definição de planos estratégicos destinados aos territórios atingidos pela seca e estiagem.
Algumas das medidas anunciadas pelo tenente-coronel Wagner Alípio Espírito Santo da Silva, após a reunião, foi o fortalecimento das ações, nos próximos dias, para impedir que as chamas se espalhem por outras regiões.
“Nós estamos mobilizando nossas equipes para levar o nosso efetivo até as comunidades que mais precisam de apoio. Nossa intenção é aumentar o nosso contingente nessas áreas. Desta reunião nós vamos apoiar de forma mais efetiva, e vamos direcionar nossas ações aos Territórios Indígenas Apyterewa, Kayapó e Mãe Maria, com o apoio das prefeituras, Fepipa, Sepi, Funai, Exército Brasileiro e outros órgãos”, assegurou o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar.
Indígena vê o acompanhamento das áreas feito pelo Corpo de Bombeiros
Monitoramento- A corporação monitora via satélite os focos de incêndio em todo o Pará, e traça os planos estratégicos para impedir que os danos causados pelas mudanças climáticas afetem mais as regiões distantes dos grandes centros. ”Nós temos várias frentes de combate, mas damos prioridade às comunidades mais necessitadas de apoio, como nos territórios indígenas”, afirmou.
Ainda segundo o tenente-coronel Wagner Alípio, o estreitamento do contato entre os representantes dos territórios e etno-regiões do Estado com as forças de segurança contribui para um maior alinhamento das estratégias voltadas à preservação de cerca de 70% das unidades de conservação no território paraense.
“Quando a gente fala diretamente com as lideranças, com a autoridade que representa a situação local, isso facilita a aproximação e criação de medidas necessárias, para direcionar os esforços e ações para cada território atingido, assim como capacitar cada vez as brigadas de incêndio dentro dos territórios, com ensinamentos e equipamentos”, informou o militar.
Mudanças no clima- Ronaldo Amayné, liderança do Povo Amanayé e coordenador tesoureiro da Fepipa, disse que a cada ano as mudanças climáticas modificam a realidade nas florestas, e os territórios indígenas são os mais afetados.
“Nós, como Fepipa, sabemos que não é fácil combater esses focos de incêndio nas nossas florestas devido às mudanças climáticas no nosso planeta. Nós já estávamos articulando essas alternativas de prevenção, com a formação de brigadas de incêndio dentro de vários territórios. As matas não são mais as mesmas de dez anos atrás, e atualmente a gente tem feito até o procedimento de contrafogo - técnica de fogo ateado de encontro a um incêndio para impedir propagação. Não temos como fugir dessa realidade, por isso a gente tem buscado cada vez mais medidas de prevenção”, informou Ronaldo Amayné.
Diálogo- O encontro marcou a primeira vez que lideranças indígenas entraram no Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, e tiveram a oportunidade de ser ouvidos diretamente sobre as necessidades vividas dentro dos territórios.
“A gente não vai conseguir recuperar de uma hora para outra o que já perdemos. Nós, como Estado, estamos fazendo a nossa parte, assim como as organizações que trabalham com os indígenas, da saúde. Estamos mobilizando e buscando articulações para acabar com essas queimadas. A Fepipa tem sido uma ferramenta importante para buscar apoio, para facilitar o diálogo dentro do território, mas ainda não estamos conseguindo evitar. Até fake news estamos combatendo. Essas decisões tomadas aqui são muito importantes, e agradecemos muito ao Corpo de Bombeiros e a todos os parentes que vieram aqui”, disse a titular da Sepi, Puyr Tembé.
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