O Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém, foi o cenário de um evento, nesta terça-feira (27), que visa transformar o turismo sustentável no Pará. A startup eTrilhas, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), lançou a Prova de Conceito da sua plataforma na Trilha Amazônia Atlântica, uma das principais rotas de ecoturismo da região. A iniciativa faz parte do projeto de aceleração sustentável, promovido pela Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), que selecionou o eTrilhas como uma das startups mais promissoras do setor.
A plataforma eTrilhas, disponível na Play Store e App Store, está em fase de expansão. Foi desenvolvida para ser o aplicativo oficial da Rede Brasileira de Trilhas, com o objetivo de centralizar informações sobre trilhas, atrativos naturais e destinos de ecoturismo em todo o Brasil. No caso da Trilha Amazônia Atlântica, os visitantes terão acesso a informações detalhadas sobre os serviços disponíveis na rota, incluindo opções de hospedagem, alimentação e contato direto com prestadores de serviços locais. Nilson Pinto destacou o papel da parceria para o desenvolvimento do turismo sustentável
O lançamento contou com uma programação diversificada, incluindo a apresentação detalhada do projeto. Especialistas conduziram uma oficina sobre o mercado de trilhas de longo curso e a criação de produtos turísticos, com o objetivo de capacitar os empreendedores locais. Novos empreendedores puderam cadastrar seus serviços na plataforma, ampliando a rede de serviços disponíveis para turistas.
Etapas -Paula Rascão, CEO da plataforma eTrilhas, contou que a “plataforma surgiu da identificação de problemas no mercado brasileiro, como a falta de conteúdo sobre os atrativos naturais e a dificuldade de obter dados estatísticos para o desenvolvimento de um turismo mais sustentável”. Segundo ela, o eTrilhas visa não apenas preencher essas lacunas, mas também auxiliar pequenos empreendedores para alcance de um público segmentado, voltado ao turismo de natureza.
Paula Rascão: plataforma eTrilhas é oficialPaula Rascão informou que a plataforma, composta por um aplicativo, um site e um sistema administrativo, permite que gestores de trilhas, parques ou destinos tenham total autonomia na inclusão e edição de conteúdo, além da análise de dados gerados pelos usuários. “A Rede Brasileira de Trilhas adotou nossa plataforma como a oficial, e recentemente fomos selecionados pela Embratur para uma ação na Amazônia, com o objetivo de impulsionar o turismo de natureza na região”, acrescentou.
Conteúdo-No evento também foi enfatizado o caráter inclusivo da plataforma, que já conta com cerca de 30 empreendedores cadastrados. “Estamos ajudando os empreendedores a elaborar um bom conteúdo, que será disponibilizado em Inglês e Espanhol, além de capacitá-los para que seus produtos sejam formatados com mais qualidade, visando proporcionar uma melhor experiência ao turista”, afirmou Paula Rascão. A startup também planeja uma caravana para visitar empreendimentos ao longo da trilha, ajudando a conectar prestadores de serviços com os visitantes.
O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, destacou a importância da parceria para o desenvolvimento do turismo sustentável na região. “Essa parceria é fundamental, pois atende ao turismo, à geração de renda e à sensibilização para questões ambientais”, frisou. Ele ressaltou, ainda, a beleza e a importância da Trilha Amazônia Atlântica, que conecta os municípios de Viseu (no nordeste paraense, na divisa com o Maranhão) a Belém (Região Metropolitana). Essa trilha é percorrida por romeiros durante o Círio de Nazaré, em outubro, e a festividade de São Benedito, no município de Bragança, em dezembro.
Júlio Meyer: interação com as comunidadesIncremento -Para Júlio Meyer, gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio e um dos idealizadores da Trilha Amazônia Atlântica, a plataforma eTrilhas é uma grande inovação. “Ela conecta o caminhante ou ciclista aos serviços ao longo da trilha, e permite que as comunidades mais afastadas se apresentem ao público”, explicou.
Júlio Meyer também destacou a importância da sinalização ao longo da trilha, que está sendo implantada de acordo com o manual oficial da Rede Brasileira de Trilhas, e também com as normas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A sinalização, composta por placas intuitivas em amarelo e preto, já cobre 300 dos 460 quilômetros da trilha. “A sinalização não só orienta os usuários, mas também confere uma identidade regional à trilha, representando a rica sociobiodiversidade da região”, enfatizou Júlio Meyer. O Governo do Pará, por meio do Ideflor-Bio, já disponibilizou duas mil placas de sinalização para o projeto, o que contribuirá para a efetividade e visibilidade da trilha.
Continuidade -Dentro da programação de lançamento da plataforma eTrilhas, na quarta-feira (28) a caravana do projeto chegará ao município de Bragança, onde visitará o Quilombo América, onde uma roda de conversa será realizada para apresentar o projeto às comunidades locais.
Serão convidados para a plataforma empreendimentos ao longo da Trilha Amazônia Atlântica, para ampliar a rede de serviços oferecidos aos turistas.
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