O Titanic, um dos navios mais famosos do mundo, desperta a curiosidade de muita gente há mais de 100 anos. Inclusive, uma tragédia recente que envolve a embarcação teve repercussão internacional.
A família de Paul-Henri Nargeolet, uma das cinco vítimas da implosão do submersível Titan, entrou com uma ação judicial contra a empresa OceanGate, pedindo uma indenização de R$ 280 milhões. Os familiares alegam que a tripulação do Titan estava consciente do risco iminente de morte antes do desastre.
Paul-Henri Nargeolet, reconhecido como um dos maiores especialistas no naufrágio do Titanic, estava a bordo do submersível Titan, que desapareceu em 18 de junho de 2023 durante uma expedição aos destroços do famoso navio. Segundo a família, a tripulação teria sofrido "terror e angústia mental" momentos antes da implosão que destruiu a embarcação.
Os advogados da família Nargeolet acusam a OceanGate de negligência grave e abriram o processo no Condado de King, Washington, EUA, na terça-feira (6). Tony Buzbee, advogado envolvido no caso, afirmou que o objetivo da ação é buscar respostas sobre como o acidente ocorreu e identificar os responsáveis. As informações foram divulgadas pela agência Associated Press.
De acordo com os advogados, a implosão foi resultado da "persistente negligência, imprudência e descuido" da OceanGate. A empresa, no entanto, se recusou a comentar o processo em andamento.
No processo, um trecho destaca: "Embora a causa exata da falha nunca possa ser determinada, os especialistas concordam que a tripulação do Titan teria percebido exatamente o que estava acontecendo. O bom senso dita que a tripulação estava bem ciente de que iria morrer, antes de morrer."
O submersível Titan perdeu contato com sua embarcação de suporte, o Polar Prince, cerca de 1 hora e 45 minutos após iniciar sua descida rumo aos destroços do Titanic, localizados a aproximadamente 4.000 metros de profundidade no Oceano Atlântico. Em 22 de junho, a Guarda Costeira dos EUA anunciou ter encontrado os destroços do submersível, confirmando que uma "implosão catastrófica" havia ocorrido a cerca de 3.800 metros de profundidade, devido à perda de pressão na cabine.
O Titan, construído com fibra de carbono e titânio, nunca havia sido certificado por um órgão independente, apesar de diversos alertas sobre sua segurança terem sido ignorados pelo CEO da OceanGate, Stockton Rush, que também estava a bordo. A embarcação era controlada por um dispositivo semelhante a um controle de videogame e já havia enfrentado problemas de comunicação e orientação em missões anteriores.
Além de Nargeolet, o submersível Titan tinha a bordo o bilionário Hamish Harding, presidente da Action Aviation; Shahzada Dawood, empresário paquistanês, e seu filho Suleman Dawood; além de Stockton Rush, CEO da OceanGate. Todos os ocupantes morreram no acidente. A viagem, que tinha como objetivo levar os tripulantes até os destroços do Titanic, custou US$ 250 mil por pessoa, aproximadamente R$ 1,2 milhão.
Duas semanas após o acidente, a OceanGate suspendeu suas operações, enquanto investigações foram iniciadas pelas autoridades do Canadá e dos EUA para apurar as causas da tragédia.
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