Segundo as investigações, Igor Viana comentou que gostaria de abandonar a filha em um orfanato e reclamou do comportamento da criança. "Minha filha tem paralisia cerebral, mas ela é super chata. Não imaginava que uma criança que tem 10% do cérebro funcionando fosse tão chata e pudesse me dar tanto problema", diz em um dos áudios.
Defendendo-se das acusações de desvio, Viana alegou que não era obrigado a usar as doações exclusivamente para a filha. "Também tenho necessidades a serem supridas, sou um ser humano", afirmou.
Igor Viana teria se mudado para a região Norte do país após o início das investigações. Em um grupo de WhatsApp com seguidores, ele mencionou: "E eu vou usar toda a grana para comer prostitutas no nortão", mas depois afirmou tratar-se de uma "brincadeira".
Viana tentou justificar o uso do dinheiro dizendo: "Eu não considero que eu desviei o dinheiro, até porque as pessoas enviavam o dinheiro para minha conta, minha filha não tem Pix. Se eles foram trouxas, a culpa não é minha".
As investigações contra o influenciador começaram no dia 19 de junho, após denúncias na delegacia de Anápolis. A delegada Aline Lopes relatou que Viana era denunciado por maus-tratos com base em alguns vídeos onde aparecia maltratando a filha. Em um deles, ele chamou a menina de "criança inútil do caralho".
Segundo a delegada, o tratamento dado à filha pode configurar crime de maus-tratos e incitação à discriminação de pessoa com deficiência. Na bio de seu perfil no Instagram, Viana afirma que "Deus dá crianças especiais para pais especiais".
Além disso, a investigação aponta que a mãe da criança teria usado parte das doações para realizar intervenções estéticas. "Há informação de que a mãe teria feito cirurgia plástica com esse dinheiro", explicou a delegada Aline Lopes. A identidade da mãe não foi divulgada.
O Conselho Tutelar de Anápolis proibiu Igor Viana de exibir a filha nas redes sociais. Em resposta, ele informou aos seguidores que "Soso" aparecerá "apenas no programa por assinatura" que ele mantém de forma privada.
Igor e a mãe da menina, que vivem separados e não possuem um processo judicial de guarda, acordaram que a criança mora com o pai. Ambos serão intimados a depor e prestar esclarecimentos sobre as acusações. Eles enfrentam suspeitas de constrangimento de menor, estelionato, discriminação à pessoa com deficiência e apropriação indevida de bens.