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Brasil CASO MACABRO

Polícia conclui inquérito de assassinato de Djidja Cardoso e indicia 11 pessoas

Familiares serão indiciados por diversos crimes, incluindo tortura e tráfico de drogas

21/06/2024 07h31
Por: Redação Fonte: CNN Brasil
Caso Djidja Cardoso segue com 11 indiciados. (Reprodução/ Redes sociais)
Caso Djidja Cardoso segue com 11 indiciados. (Reprodução/ Redes sociais)

 

A Polícia Civil do Amazonas indiciou 11 pessoas no caso da Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido do Festival de Parintins. A jovem morreu no dia 28 de maio em Manaus após possivelmente uma overdose de cetamina. O inquérito aponta a prática de 14 crimes possivelmente cometidos pelos autores do caso. As informações foram divulgadas pela CNN.

A Polícia Civil confirmou a existência de uma seita religiosa coordenada pelos parentes mais próximos de Djidja Cardoso. A seita fornecia e distribuia a cetamina - um forte anestésico utilizado para induzir e manter anestesia (em pessoas e animais). A droga cria um estado de transe, proporcionando alívio de dor e sedação. O grupo ainda incentivava e promovia o uso da droga.

O delegado Cícero Túlio apurou uma seita religiosa fundada pela família Cardoso com o intuito de induzir funcionários de uma rede de salões de beleza ao uso das substâncias de uso veterinário, como cetamina e Potenay. Os envolvidos foram presos por diversos crimes, entre eles tortura com resultado morte e tráfico de drogas. O esquema criminoso promovia a realização de cultos religiosos com a utilização de entorpecentes. 

Os planos do grupo era montar uma clínica veterinária par facilitar o acesso e compra dos medicamentos de uso controlado, bem como fundar uma comunidade para manter os trabalhos doutrinários da seita.

Além de Djidja, o esquema seria liderado por Cleusimar Cardoso, Ademar Cardoso e Bruno Rodrigues – mãe, irmão e namorado da ex-sinhazinha. A mãe e o irmão de Djidja são paraenses. O grupo religioso "Pai, Mãe, Vida", criado pela família de Djidja, promovia o uso indiscriminado de cetamina.

Os outros envolvidos seriam os funcionários Claudiele Santos da Silva, Verônica da Costa Seixas e Marlisson Vasconcelos Dantas. O envolvimento dos funcionários, segundo a polícia, foi comprovado por meio de vídeos e conversa em aplicativos de mensagens obtidos nos celulares deles.

Além disso, entre os indiciados está um homem identificado como Emicley, que teria auxiliado na dissimulação de provas durante as buscas realizadas em uma das clínicas veterinárias em que trabalhava.

Veja a lista de crimes:

  • Tráfico de drogas;
  • Associação para o tráfico;
  • Perigo para a vida ou saúde de outrem;
  • Falsificação, adulteração ou corrupção de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais;
  • Aborto provocado sem consentimento da vítima;
  • Estupro de vulnerável;
  • Charlatanismo;
  • Curandeirismo;
  • Sequestro e cárcere privado;
  • Constrangimento ilegal;
  • Favorecimento pessoal;
  • Favorecimento real;
  • Exercício ilegal da medicina;
  • Tortura com resultado morte.

 

Saiba quem são os acusados

  • Ademar Cardoso, irmão de Djidja Cardoso;
  • Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja Cardoso;
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do salão Belle Femme;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro e maquiador;
  • Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza;
  • Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja;
  • Hatus Silveira, ex-fisiculturista;
  • José Máximo, dono da clínica veterinária MaxVet e responsável por outros estabelecimentos;
  • Savio Pereira, funcionário da MaxVet;
  • Emicley Araújo, funcionário da MaxVet;
  • Pessoa ainda não identificada pela polícia.

Entenda o caso

Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Djidja, foi Sinhazinha do Boi Bumbá Garantido na festa de Parintins, no Amazonas. A Sinhazinha é uma das principais personagens do enredo. A modelo morreu aos 32 anos na casa em que vivia, no bairro Cidade Nova, em Manaus. 

Outros familiares de Djidja acusaram as pessoas mais próximas a ela de praticar crimes na casa da vítima, inclusive que faziam rituais com substâncias ilícitas. A tia de Djidja, Cleomar Cardoso, acusou os indiciados de negar socorro à vítima e incentivar o vício em drogas.

Operação Mandrágora foi instaurada para investigar práticas ilícitas com a cetamina, substância química utilizada para anestesia.

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