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Pará DATA HISTÓRICA

Santa Casa comemora um ano do primeiro transplante hepático da rede pública no Pará

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)26/02/2024 14h28

27/02/2024 00h32 Atualizada há 9 meses
Por: Redação Fonte: Secom Pará
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

 

No dia 26 de fevereiro de 2023, a assistente social Ana Gabriela Mesquita, foi transplantada de fígado na Santa Casa do Pará pela equipe do hospital juntamente com equipe de tutoria em transplante hepático do Hospital Israelita Albert Einstein. Uma data histórica para o Pará, por se tratar do primeiro transplante de fígado em hospital da rede pública estadual, num procedimento coberto 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e garantido pela Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) por meio da Central Estadual de Transplantes (CET) e Santa Casa do Pará.

“Desde quando a Santa Casa foi definida como a instituição responsável por implantar o serviço de transplante de fígado no Estado, nossa instituição vem trabalhando arduamente. Hoje podemos comemorar um ano do primeiro transplante e da implantação do serviço, que já realizou 8 procedimentos, 3 só este ano, e informar que a equipe da Santa Casa já realiza o transplante sem a tutoria do Hospital Albert Einstein, o que mostra nosso amadurecimento. Nós estamos com o programa em pleno funcionamento, com equipe qualificada para a captação e transplante”, comemora o presidente da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), Bruno Carmona.

Completado um ano do transplante e ao lado de dona Sueli e seu Raimundo (segunda e terceiro transplantados), Ana Gabriela Mesquita pôde comemorar e agradecer a todos que lhe proporcionaram vida nova.

“Realmente é um aniversário, um ano de vida hoje, e só tenho a agradecer a Deus, a todos daqui da Santa Casa e à minha doadora. Ontem eu fiz uma homenagem nas minhas redes sociais a ela e à família dela. Porque eu sei que para eles foi muito difícil. Lembrar que no momento de maior dor, eles tiveram o maior ato de amor e de caridade ao escolher doar os órgãos que salvaram não só a minha vida, mas muitas vidas, pois foram doados todos os órgãos dela”, conta Ana Gabriela.

O médico Rafael José Romero Garcia, responsável técnico da equipe de transplante de fígado da Santa Casa, também considera positivas as conquistas da Santa Casa ao longo de um ano e garante que a instituição está preparada para realizar até um transplante por semana, mas para isso o apoio da sociedade, dizendo sim à doação, é indispensável.

“A gente quer poder beneficiar ainda mais gente, mas precisamos lembrar que só existe o transplante se tiver a doação. Então a população precisa se conscientizar de que a doação ajuda muita gente e faz com que esse ente querido viva de algum modo em outras pessoas. A Santa Casa está preparada 24 horas por dia, 365 dias no ano, então, a única limitação nossa hoje é a doação”, reforça o cirurgião.

Atualmente, só da Santa Casa, nove pacientes aguardam na lista de transplante e outros vinte estão em avaliação. O ambulatório do fígado do hospital também acompanha aproximadamente 140 pacientes que já fizeram o transplante fora do Pará. A enfermeira Tatiane Lobato integra a equipe que faz esse acompanhamento ambulatorial e ressalta que após o transplante, o cuidado com o paciente precisa ser contínuo.

“A gente vê como é que esses pacientes chegaram aqui há um ano atrás. E vê-los bem hoje é uma emoção que a gente não consegue descrever. Nós somos um time e nossa equipe multiprofissional trabalha para que eles estejam bem recuperados, ativos e voltando a sonhar. E para isso é importantíssima a manutenção desse cuidado. A gente sempre diz que o transplante é um tratamento, não a cura definitiva. Então o cuidado é fundamental”, diz a enfermeira.

Capacitação - Voltada à permanente qualificação da equipe no processo de captação de órgãos para transplante, durante o mês de fevereiro a Santa Casa vem promovendo treinamentos para enfermeiros e técnicos de enfermagem em captação e perfusão hepáticas (procedimento para manter o órgão vivo fora do corpo e em condições para o transplante).

O enfermeiro é peça fundamental no transplante de órgão, desde identificação do possível doador até a efetivação da doação.

Os procedimentos de transplante, no Brasil, estão regulamentados por instrumentos legais e todos os profissionais envolvidos nesses processos devem conhecê-los e cumpri-los de forma integral.

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