O Conselho Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Coneppir), vinculado à Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), começou a discussão, na sexta-feira (2), do Regimento Interno do órgão, considerado histórico para o Pará. O Coneppir esteve paralisado nos últimos anos e foi retomado a partir da criação da Seirdh, o que ocorreu no ano passado. Para os movimentos sociais, o colegiado representa mais uma ferramenta para a garantia de direitos da população negra, dos povos de terreiros e outras comunidades tradicionais.
Durante a reunião, ocorrida no auditório do Ministério Público Federal (MPF/PA), em Belém, a secretária adjunta da Seirdh, Edilza Fontes, ressaltou a importância do momento, que só foi possível graças à criação de uma secretaria específica para tratar a pauta racial, a Seirdh, implantada no ano passado.
“O interesse da Seirdh é ser esse canal de diálogo entre a sociedade civil e o Estado, ou seja, é fazer um trabalho de mediação, de fortalecimento do diálogo e da postura de escuta. Esta é a primeira Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos que temos no Estado e o objetivo é fortalecer as pautas identitárias, o debate de políticas públicas de inclusão, o respeito a essa sociedade plural que temos hoje. O que todos nós queremos é que a temática dos direitos humanos e da igualdade racial esteja cada vez mais presente e aponte cada vez mais para a busca de condições de melhorias para o nosso povo”, frisou a secretária adjunta da Seirdh, Edilza Fontes.
Mametu Nangetu, que coordena o Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa e de Desenvolvimento Social, disse que o ressurgimento do Coneppir representa um momento de esperança para o segmento negro. “Eu vejo essa esperança de trabalharmos políticas públicas afirmativas para todos nós. Eu estava desde o início na luta para a construção desse Conselho, então, temos esperança de que agora vá dar certo. Temos tido muitos casos de intolerância religiosa, até de assassinatos de afrorreligiosos e, muitas vezes, ficamos sem resposta, então, sem dúvida, esta é uma questão que precisaremos tratar aqui”, pontuou.
Rosa Barbosa, que representa o movimento Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) no Estado do Pará, também acredita no diálogo como o caminho para a busca de soluções de problemas historicamente enfrentados pela população negra.
“Termos esse espaço é fundamental não só para os negros como para todos os povos e comunidades tradicionais, os quais vêm sofrendo vários tipos de discriminação ao longo da história. O governo nos dar essa oportunidade, de colocar em pauta tudo aquilo que a gente pretende para melhorar a nossa vida, é muito importante, até porque sabemos da dificuldade de acesso que temos a tudo, principalmente a serviços. Então, o Conselho é esse espaço fundamental”, analisou Rosa.
Na próxima reunião ordinária, no mês de março, o Coneppir deverá concluir a análise do Regimento Interno do órgão.
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