O governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou nesta segunda-feira (4), a meta para agricultura regenerativa do Pará a ser alcançada até 2025, ano da COP no Brasil: recuperar 140 mil hectares de áreas degradadas para a produção sustentável, beneficiando 4 mil famílias. O anúncio foi feito durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), em Dubai.
O anúncio da meta, que foi estabelecida pelo estado em consonância com o tema da COP deste ano, trata de sistemas alimentares. Helder Barbalho tem destaque no evento como único brasileiro membro do comitê diretivo da COP 28, que discute os objetivos globais para a garantia da produção alimentar sustentável para os próximos anos. A meta do Pará faz parte dos objetivos para o mundo relacionados ao tema, que serão anunciados ao final do evento na próxima semana. A ferramenta de implementação das metas será a Plataforma Territórios Sustentáveis, já implementada pelo estado para regularização ambiental e fundiária para produtores rurais.
“Diante desse desafio, quero aqui colocar as metas do estado do Pará. Nós instituímos como meta de agricultura regenerativa no Pará a recuperação de 140 mil hectares de áreas que já estão zoneadas por parte do Estado, além de 4 mil famílias beneficiadas. Isso nos leva à necessidade de colocar de pé um processo de financiamento climático e estimamos em torno de U$500 milhões o montante para que nós possamos garantir o financiamento climático e garantir operações que envolvam crédito, assistência e e apoio rural para que possamos efetivamente conciliar a preservação da floresta e a produção alimentar”, anunciou o governador.
As metas foram apresentadas ao mundo durante o lançamento da agenda de ação COP 28 sobre a ambição de paisagens regenerativas, evento promovido pela presidência da COP. A iniciativa emblemática é liderada pela Presidência da COP28, pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) e pelo Boston Consulting Group (BCG), com o apoio dos High Level Climate Champions da ONU. A iniciativa reúne uma ampla gama de partes interessadas para agregar, acelerar e amplificar esforços existentes e novos compromissos para acelerar a agricultura regenerativa.
“Agricultura regenerativa e isto é o desafio de um estado da Amazônia que busca conciliar floresta e produção alimentar. O Pará tem extensão territorial similar ao território de Portugal, França, Espanha juntos. E desse território de 1,2 milhão quilômetros quadrados, nós temos 75% de floresta nativa e preservada. Os 25% restantes são fortemente voltados dentro do zoneamento econômico e ecológico à atividade da agricultura e da pecuária. Hoje o estado do Pará é o 10º maior produtor de grãos do Brasil e o segundo maior produtor de pecuária bovina do nosso país, com 26 milhões de cabeças de gado. O nosso objetivo, portanto, é introduzir uma nova cultura de uso da terra a partir da agricultura regenerativa, da pecuária regenerativa, da inclusão e integração das atividades econômicas a partir do sistema agroflorestal”, disse o governador.
Produção e sustentabilidade
“Nós não precisamos derrubar uma árvore sequer para continuarmos sendo protagonistas da segurança alimentar do planeta. Parindo dessa premissa, nos instituímos e somos o primeiro estado do Brasil a criar em lei a integridade da cadeia da pecuária a partir da escolha e da determinação de que, até 2026, 100% da cadeia será rastreada no Estado. desde o nascimento do animal até o abate, para que com isso nos possamos garantir e, por um lado, a valoração do produto sustentável, premiando aqueles que tem boas práticas, por outro lado garantindo a integridade para a indústria da carne. Este é o início de um processo que inclusive trará aos produtores a oportunidade de mercados consumidores internacionais que possam ampliar o valor do produto comercializado”, destacou.
O governador frisou que o Pará possui relevância na produção alimentar no Brasil e no mundo, sendo o maior produtor de açaí do Brasil e o maior produtor de cacau do país, com estratégias de fortalecimento da agricultura familiar. Helder Barbalho também destacou os avanços no combate ao desmatamento implementados no estado.
“O Pará, que ao longo do tempo representou o maior nível de desmatamento no Brasil, fez uma escolha a partir de 2019: mudar a sua lógica de uso do solo, fazendo a transição ecológica valorizando a floresta viva, e se apresentando como exemplo para o Brasil com a entrega o maior nível de redução do desmatamento dos últimos anos. Chegaremos até 2025, quando seremos honrosamente sede da COP 30, demonstrando que é possível fazer a mudança e partir para a solução do planeta fazendo floresta viva valer mais do que floresta morta, e compreendendo que na Amazônia temos 29 milhões de pessoas que precisam ter capacidade de sobrevivência, condição de vida e o mundo precisa olhar pela floresta, pelos amazonidas, colaborando para que possamos ser protagonistas da transformação ambiental e social”, concluiu.
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