Acontece nesta segunda e terça-feira, 20 e 21, em Belém, o "lll Encontro Estadual dos representantes regionais e municipais para o Enfrentamento da Doença de Chagas no Pará", que reúne representantes dos 13 Centros Regionais de Saúde vinculados à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), com o objetivo de aperfeiçoar o direcionamento de ações para o enfrentamento da doença no Pará.
Realizado pela Coordenação do Programa de Controle da Doença de Chagas da Sespa, no auditório da Delegacia Geral da Polícia Civil, o conteúdo do encontro abraça ainda as formas de prevenção, diagnóstico e seguimento nos casos de doença de Chagas, que em 2023, até o dia 06 de novembro, já fez 341 novos pacientes confirmados.
"Nesses dois dias, os profissionais de saúde, principalmente aqueles diretamente envolvidos com as ações da vigilância e da atenção básica dos municípios com mais ocorrências, serão orientados sobre as estratégias prioritárias em relação ao combate da doença de Chagas. Também instruímos as gestões municipais sobre os indicadores de acompanhamento da enfermidade para que, dessa forma, os municípios possam desenvolver as ações certas em tempo oportuno", destaca o coordenador do Programa de Controle da Doença de Chagas, Eder do Amaral Monteiro.
Na programação do Encontro constam ainda mesas redondas envolvendo aspectos sobre a prevenção, suspeição, notificação e condução dos casos de surto, além da linha de cuidado e os fluxos de atendimento. “O intuito é qualificar os técnicos das secretarias, em especial o assessoramento técnico e as atividades de campo, incluindo as de controle vetorial e o fluxo do atendimento em hospitais e em unidades de saúde dos municípios, além de definir ações conjuntas de prevenção da doença de Chagas”, ressalta Eder.
Um paciente com suspeita da doença precisa ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento, visando à redução das sequelas, uma vez que a doença de Chagas não tem cura.
Todo paciente agudo poderá se tornar crônico com ou sem sequelas. Embora a sorologia do paciente possa dar negativa para a doença após algum tempo, o parasito poderá permanecer no tecido e o estrago que faz no coração é irreversível. Por tudo isso, o paciente com Chagas recebe medicamento específico, em média, por dois meses e permanece sob acompanhamento pelo período de, no mínimo, cinco anos.
No Pará, uma média histórica nos últimos dez anos registra que pelo menos 90% dos casos confirmados foram por transmissão oral, ou seja, associados à ingestão de alimentos, como açaí e bacaba, contaminados pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que está no inseto conhecido como barbeiro.
Nesse sentido, a Sespa alerta a população para o diagnóstico precoce, considerado fundamental para o não agravamento da doença, pois quanto mais tempo leva para o paciente iniciar o tratamento, mais danos o parasito causa no organismo, principalmente no coração.
Na tarde do segundo dia do evento, uma mesa redonda discutirá a importância da integração no combate à doença de Chagas no Pará, chamando atenção para a importância da prevenção no setor agrário e nas escolas, levando-se em conta a importância do Decreto 326/2012 e a rastreabilidade na cultura do açaí.
Para esse momento participam representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério Público do Pará, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Evandro Chagas (IEC).
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